sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Caderneta de Poupança é bom negócio?

Sinônimo de investimento financeiro para grande maioria dos brasileiros, a caderneta de poupança faz seus 149 anos de existência em 2011. As perspectivas para essa modalidade tão comum, no entanto, nunca foram tão ruins.

Como funciona a Poupança?

Os recursos depositados na Poupança são destinados à política nacional de habitação, ou seja, para o financiamento de construção de moradias. Incorporadoras e construtoras pegam esses recursos emprestado do banco para tocar seus empreendimentos, pagando uma taxa um pouco superior à rentabilidade para o dono dos recursos (a diferença é a receita do Banco).

Como é calculada a taxa de juros da Caderneta de Poupança?

A taxa de juros é composta de 0,5%+T.R - a taxa média de captação de recursos dos 30 maiores bancos do país. A rentabilidade da poupança depende da TR do dia em que a caderneta "faz aniversário" (dia do mês no qual a caderneta foi aberta), numerologia à parte, na prática a rentabilidade média da poupança oscila entre 0,52% e 0,68% ao mês (máx 8,16 a.a).

Quais são as principais vantagens da Caderneta da Poupança?

Geralmente, a Poupança é recomendada por ser simples, acessível, baixo risco, possuir isenção de impostos e taxas, além de uma boa liquidez.

Fatores de risco da Poupança:


Sim, até mesmo a Poupança possui riscos. No passado os valores retidos em poupança ja sofreram confisco, por exemplo.

Existe também o risco do banco quebrar. Nesse caso, o FGC (fundo garantidor de crédito, uma entidade "seguradora" dos bancos) reembolsa apenas até R$70.000,00 por CPF de depositante. Ou seja, se você possuir R$ 85.000,00 na popança no Banco X e esse Banco quebrar, você receberá do FGC apenas R$70.000,00.

Desde Janeiro de 2010, valores acima de R$ 50.000,00 passaram a ser tributados pelo governo. Ou seja, ainda pagar imposto de renda sobre os ganhos da caderneta de poupança.

Liquidez é a capacidade de converter um ativo em dinheiro, sem perder grande parte do valor desse ativo. Nesse contexto a caderneta deveria sair ganhando, uma vez que o ativo é o próprio dinheiro. No entanto, se você precisar sacar o dinheiro antes do aniversário da caderneta, você não receberá a rentabilidade do montante sacado da data do depósito até o dia do saque. A conversão é rápida, mas para isso você tem que abrir mão da rentabilidade.

Taxa nominal Vs. Taxa Real

A taxa nominal da poupança pode ser de 7 a 8,20% a.a, mas se descontar-mos a inflação no período (média de 5,2%) essa mesma rentabilidade cai para no máximo 3%. Dizemos que 3% é a Taxa REAL da aplicacão, uma vez que os outros 5,2% foram apenas para "correr atrás" do dinheiro roubado pela inflação. Ao comparar investimentos, é sempre bom olhar a rentabilidade real, pois é a quantidade de dinheiro que você efetivamente ganha.

Existem alternativas mais atraentes que a caderneta de poupança?

Sim. Diariamente apresento para meus clientes soluções de renda fixa que possuem o mesmo perfil de risco que a Poupança (ou menor ainda) mas oferecem taxas reais no mínimo duas vezes maiores (já descontando todas as taxas envolvidas). Conseguimos isso pelo fato de ter acesso a todas as instituições financeiras e pelo volume realizado pela corretora. Compramos lotes de dezenas de milhões de reais em títulos no "atacado" para repassar com taxas competitivas para nossos clientes (competitivo = rentabilidade maior que o mesmo produto no banco do cliente).

Porque todo mundo não faz isso então?

Por pura falta de conhecimento. É o tipo de informação que apesar de nada complexa é de difícil acesso. Até hoje não conheci profissional de mercado ou mesmo investidores sofisticados com dinheiro em Poupança, afinal de contas essas pessoas possuem acesso à informação. Infelizmente quem fica nas piores aplicações é quem mais precisaria de rentabilidades superiores.

Quer um exemplo?

Uma alternativa por exemplo é o Tesouro Direto. Existem títulos federais (o investidor empresta o dinheiro para o governo federal) que oferem taxas reais de 5 % ao ano (taxa de hoje da NTN-B). O leitor pode saber mais sobre essa alternativa no site Tesouro Direto. Ficou com dúvidas? me mande um email.

Grande abraço e bons negócios,

Victor

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Uma humilde leitura do Indice Bovespa

Não é segredo para ninguém que o nosso mercado de ações está tendo um ano difícil. Até o momento nossa bolsa ja caiu 20% no ano. Eu no entanto continuo otimista com o mercado. Vejo que não existe muita força de venda no índice BOVESPA (IBOVESPA) abaixo dos 55 mil pontos (da mesma forma que não existe muita força de compra acima dos 73mil pontos). Isso forma o que chamamos de zona de congestão, sendo a parte inferior um SUPORTE e a parte superior uma RESISTÊNCIA.

Suportes são "pisos" que sustentam o preço, Resistências são tetos que impedem a subida

Isso acontece porque esses níveis recebem atenção "emocional" dos investidores. Se as expectativas quanto ao futuro do mercado não mudarem, toda vez que esses níveis forem atingidos haverá reversão de movimento. Suportes são rompidos quando o pessimismo impera. Resistências são rompidas em períodos de grande otimismo com o futuro.

Logo, para nosso mercado sair dessa congestão precisamos de uma "nova onda" de otimismo ou de outro surto de pânico generalizado "a la 2008". Caso contrário oscilaremos nos pontos intermediários dessa zona de congestão. Via de regra o mercado sobe quando o dinheiro está entrando. Períodos de congestão sempre levam a realização pois existe um aumento de volatilidade (volatilidade=variação dos preços dos ativos em um dado intervalo de tempo) e os investidores tendem a mudar mais de posição, gastando mais com comissões, emolumentos e impostos.
Disse uma vez Jesse Livermore, um dos maiores especuladores da história: "no mercado existe a hora de comprar, a hora de vender e a hora de sair para pescar". As vezes a melhor opção é desalavancar e aguardar o desfecho.

Grande abraço e Bons Negócios,

Victor